João Batista de Andrade, Brasil, 1979.

Desde o cinema novo na década de 60, as preocupações sociais estão intrínsecas à produção cinematográfica brasileira. Mesmo os filmes que se seguiram à esse movimento - como o cinema marginal da década de 70 -mantém a mesma preocupação, embora numa busca de novos padrões estéticos.

O filme de João Batista de Andrade segue as mesmas tendências de temas relacionadas ao povo brasileiro e faz uma relação com a literatura de cordel (o protagonista é um poeta popular), tradicional do próprio povo nordestino.
Filmado sob o declínio da ditadura militar, o filme traz a história de Deraldo (José Dumont), um emigrante nordestino que, assim como muitos outros, vai para São Paulo em busca de trabalho. Confundido com um funcionário de uma empresa que assassinou o patrão, Deraldo é obrigado a fugir e, em seu trajeto para encontrar o verdadeiro assassino e se livrar da culpa, ele passa por vários trabalhos sempre lutando para não “virar suco” em meio à opressão e humilhação que “esmaga” tantos Deraldos na hierarquia da sociedade industrial.
As fronteiras são estreitas: documentário e ficção se confundem, seja na improvisação de diálogos entre os atores (alguns deles eram realmente peões) ou a inserção do personagem de Dumont dentro do espaço da cidade interagindo com os transeuntes – marca do passado do diretor como documentarista.
O filme ainda co

Nenhum comentário:
Postar um comentário